Plano Aberto

As piores séries de 2019

piores séries de 2019

Causou muita polêmica a ferramenta da Netflix para acelerar a velocidade de reprodução de vídeos dentro da plataforma. Esta lista, com as piores séries de 2019, não deixa de ser uma justificativa para a existência de tal ferramenta.

Por mais que seja questionável dar ao espectador o poder de, por exemplo, ver uma obra idealizada para durar uma hora em apenas 30 minutos (ninguém é louco de sugerir que possamos colorir a “Mona Lisa” de amarelo, implicando um certo menosprezo à arte audiovisual), as séries abaixo listadas seriam um desperdício de tempo mesmo vistas com a velocidade acelerada em quatro, dez vezes até.

Mas nós vimos. Em velocidade normal. E ranqueamos as cinco piores séries de 2019:

5) Black Mirror, 5ª temporada

A quinta temporada de “Black Mirror” sofre da mesma sina de “Stranger Things” (série que também garante seu lugar nesta desonrosa lista). As duas contam com uma boa sacada como ponto de partida, mas que não consegue mais decolar.

Em sua quinta temporada, “Black Mirror” conserva as ideias instigantes que servem como pontapé para cada episódio, mas não vai além disso. Por melhor que seja a discussão levantada em “Striking Vipers”, por exemplo, é triste ver que o debate é o mesmo do início ao fim do episódio – coisa decepcionante para os fãs acostumados com reviravoltas como as de “White Bear”, “Shut Up and Dance” e “Fifteen Million Merits”.

Se antes a série era tão inovadora que originou um jargão (isso é muito Black Mirror), agora não consegue ultrapassar a sua própria fórmula. Não há quem aguente uma ficção científica tão… previsível.

 

4) Baby, 2ª temporada

Eu não sei se é mais fácil escrever roteiros onde os personagens são bem sucedidos financeiramente ou se é a série que não soube se reinventar. Os dramas são muito fúteis, não convencem nem quando é feito um contexto sentimental, seja ele introspectivo ou não. Mesmo com essa facilidade em se resolver arcos dramáticos rasos, a série ocupa um lugar nessa lista por ter tido uma 1° temporada superior e ter deixado a desejar em sua sequência.

A grande verdade é que a 2° temporada de Baby é uma cópia barata da primeira, mas com menos motivações pessoais e mais intenção de se chocar ou de ver os personagens favoritos sendo eles mesmos. É tudo muito solto. Se relações sexuais, prostituição, adultério e uso de drogas são as ferramentas narrativas que a série  viu funcionar, ela expõe novamente todo o elenco para um rodízio desses elementos, de forma nem um pouco criativa.

 

3) Deuses Americanos, 2ª temporada

“Pau que nasce torto nunca se endireita”, proferiu harmoniosamente o poeta Beto Jamaica. Após uma pré-produção torta, a segunda temporada “Deuses Americanos” nunca se endireitou, propriamente falando.

Mais do que as perdas sentidas no elenco e na equipe técnica (até os showrunners foram defenestrados), a adaptação de um dos livros mais famosos de Neil Gaiman sofreu por andar em círculos, perdendo todo o dinamismo da excelente temporada de estreia. Não há na obra original conteúdo para tantos episódios, tampouco criatividade para expandir a mitologia na televisão.

Não há nenhum indício de que “Deuses Americanos” vá voltar para uma terceira temporada, o que chega a ser um alívio. Fica então a sugestão manjada: leia o livro. E não desista das adaptações de Neil Gaiman. Há muita coisa boa por aí, como a super despachada “Good Omens“.

2) Stranger Things 3

“Ah, não!”

Ninguém coloca uma das produções mais hypadas numa lista de piores séries de 2019 sem esperar indignação. A gente entende, mas também pede uma chance pra se explicar.

Existe algo inegavelmente bom em “Stranger Things”: a produção da Netflix consegue capturar a atmosfera dos anos 1980 e criar um sentimento de saudosismo em pessoas que sequer nasceram nessa época.

Mas o que ela faz com tudo isso? Nada. Não existem amadurecimentos  esperados nos personagens ou uma evolução da trama, que aqui simplesmente reproduz as temporadas anteriores, apenas introduzindo vilões soviéticos.

“Stranger Things” figura nesta lista muito pela omissão. É como um brinquedo de embalagem linda, mas que não é empolgante de brincar.

1) Game of Thrones, 8ª temporada

Desde o fim de Lost não se via tanta controvérsia entre os fãs de uma série. Defendida por uns como uma finalização justa e por outros como um bela porcarias, a 8ª temporada de Game of Thrones desapontou mais que agradou.

O ritmo que já vinha acelerado desde a sexta temporada recebeu uma injeção de nitro e, infelizmente, derrapou com os excessos de clímax por episódios. Os atalhos encontrados para concluir arcos de algumas personagens acabou em diálogos mancos, romances antipáticos e dramatizações dignas das novelas épicas da Record.

E isso importa? Não.  Agradecemos ao Deus das Sete Faces por não ser pior. E se você fez que nem o editor Gustavo e abandonou a série pra poder ler os livros, duas palavras a você: boa sorte (ou “meus pêsames”).

 

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