“A viagem” é precedido por “Pantalona”. Para ler a crítica do sétimo episódio de Girlboss, clique aqui.

A fotografia desta série esteve fora das últimas críticas porque manteve um padrão uniforme. Mas isso não significa que ela tenha ficado pior. O alemão Cristian Rein parece amar mesmo os filmes de Michael Bay em parceria com o diretor de fotografia Mitchell Amundsen.

Em sentido horário: Transformers (2007), fotografia de Amundsen; Como Ser Solteira (2016); Simplesmente Acontece (2014); e Girlboss. Os três últimos são trabalhos de Rein. Se eu dissesse que são quadros do mesmo filme, você provavelmente acreditaria.

Já falei sobre isso na crítica de “Sophia“, mas a diferença entre Girlboss e qualquer filme que Michael Bay já tenha pensado em fazer na vida é que a série da Netflix não se propõe a ser um retrato fiel da realidade. Dessa forma, a fotografia pode se preocupar apenas em criar quadros esteticamente bonitos. E “A viagem” é repleto de quadros bonitos.

Laranja, vermelho e amarelo: essa série parece estar sempre gritando

A melhor coisa deste episódio filler clássico é sua reviravolta. Durante a viagem para Los Angeles em que Sophia, Annie e Dax visitam Shane, os dois casais vão passar um fim de semana juntos, oportunidade ideal para se conhecerem melhor. E, quando todos os sinais apontam para um casal em lua-de-mel e outro se digladiando, o cenário se inverte. Mais uma vez em uma crítica de Girlboss, preciso usar a palavra “hilário”.

Há a necessidade de mostrar que Shane é mais equilibrado e menos passional do que Sophia, mas Christian Rein não trabalha com limites: em vez de dessaturar as cores de Shane, Sophia é colocada em frente a uma cortina laranja recebendo luz do sol. Acho que ficou claro.

Mas tenho que admitir: esta é uma das representações visuais pra uma viagem de ácido mais bonitas que já vi

Em linhas gerais, “A viagem” vale pelo tempo de tela para Annie e Dax, dois personagens importantes na vida de Sophia, se desenvolverem sem a presença da protagonista. Para assistir a este (e todos os outros) episódios de Girlboss, clique aqui. E para ler a crítica do nono episódio, “Gráficos do c*cete”, clique aqui.