“Ladyshopper99” é precedido por “Obrigada, São Francisco”. Para ler a crítica do terceiro episódio de Girlboss, clique aqui.
A mudança de roteirista faz “Ladyshopper99” um episódio absurdamente melhor do que “Obrigada, São Francisco”. Sonny Lee acerta ao montar a história numa estrutura simples de luta contra o relógio, criando liberdade para estabelecer um intertexto verdadeiramente incrível, situando o espectador no tempo da narrativa e relacionando uma personagem a um vestido (!). As piadas, dessa vez, acontecem naturalmente e são mais contidas. O que torna este episódio hilário é a sequência de absurdos que o forma.
Nathan, melhor coadjuvante que você respeita
Ao usar da sua posição de porteira de universidade para ajudar Nathan (Cole Escola, fantástico), Sophia faz um amigo no trabalho. Foi uma decisão acertada, porque ao mesmo tempo dá um significado a parte do tempo da protagonista (por mais que ela esteja no trabalho apenas para ter acesso ao plano de saúde e poder operar sua hérnia de graça) e mostra sua evolução como pessoa. Basta comparar este com seu primeiro emprego em “Sophia“.
A “Ladyshopper99” que dá nome ao episódio é uma cliente de Sophia no eBay, prestes a destruir a reputação de sua loja online por conta de um vestido que não foi entregue. Toda a história gira em torno das tentativas cômicas da personagem de Britt Robertson para resolver os problemas típicos do seu negócio. Cada episódio até aqui é uma escalada de dificuldades a cada etapa superada: a epifania, a logística, a estruturação e, agora, o cotidiano.
“Ladyshopper99” ainda encontra tempo para a seriedade na cena do jantar na casa de Nathan, quando Sophia coloca em perspectiva a relação com seu pai
O toque de genialidade do episódio está em fazer um paralelo entre o vestido comprado por Ladyshopper99 e Marissa Cooper, personagem de The O.C. Girlboss se passa em 2006, ano em que The O.C. ainda era exibida, e os acontecimentos do episódio se passam na mesma semana em o final da terceira temporada foi ao ar. A cena em que o par romântico de Marissa a tira desacordada de um carro em chamas é copiada de forma literal pelo diretor Steven Tsuchida. O desafio de Sophia é dar ao vestido a chance que Marissa não teve.
Se isso não é brilhante, não sei mais o que é
Lembra o espectador que a hérnia de Sophia ainda não foi curado, transformando-a num problema. Utiliza um medo estabelecido da personagem para reforçar sua determinação em fazer as coisas certas. “Ladyshopper99” é redentor, uma prova de que uma ideia não precisa ser mirabolante para dar excelentes resultados. Este e todos os episódios de Girlboss estão disponíveis aqui.
Para ler a crítica do quinto episódio, “Top 8”, clique aqui.