Depois da revisão do semestre na nossa votação de melhores álbuns e faixas do ano até aqui, os destaques da quinzena retorna em um momento em que os lançamentos começam a engrenar novamente. O meio do ano sempre foi um período frutífero para novos discos e faixas, a época de festivais a céu aberto que arrastariam milhões pra diversos cantos do mundo. Num cenário completamente diferente, a agenda de lançamentos também sofre e a desaceleração, adiamentos e cancelamentos são previsíveis. Chegamos na segunda metade do ano com um julho já mostrando maior movimento, de grandes nomes com discos-surpresa a empolgantes lançamentos nacionais.
Em Olorum, seu terceiro disco solo, Mateus Aleluia remonta uma ancestralidade perdida. Como integrante do Os Tincoãs, Aleluia adaptou o cancioneiro afro-brasileiro em um período crítico da produção musical do país, expandindo a noção de brasilidade da nossa paleta sonora. Solo, parte disso para buscar uma reflexão solar e íntima sobre o que essa herança lhe significa.
A superbanda formada por Martin, Glasper, Washington e pelo produtor 9th Wonder (Patrick Denard Douthit) colabora ainda com outros nomes do jazz contemporâneo em um disco de melodias complexas em corpo de R&B apaixonado.
Substituindo a ruídez e compressão estridente de seu último álbum pelo lo-fi minimalista, Angel Olsen anuncia um próximo trabalho de escopo similar aos predecessores de All Mirrors, mas com o mesmo pulso lírico de sempre.
Produzido por Arto Lindsay, o disco de Nassif caminha por vias tortuosas da música brasileira, criando um pop distópico, uma tropicália ainda mais distorcida.
De ambiente mais solene que seus lançamentos recentes, os britânicos deixam a raiva em segundo plano nessa faixa, que prenuncia o tom do próximo disco.
O debut da japonesa recicla a sonoridade do city-pop num mercado dominado pelo som eletrônica do pop coreano. Retomando as vibrações nostálgicas do movimento que surgiu na virada dos anos 70, Yukika passa por muitas vertentes em seu disco de estreia.
Mais uma dose açucarada de synthpop dos filhotes românticos de Cocteau Twins. Mesmo em uma esfera muito mais comercial, os ecos no EP de estreia (Tourist Season) apontam um interesse em comum com a ambiência pop do trio escocês.
O trio paranaense retorna em single solo após algumas parcerias, em campo melódico familiar, mas sempre bem-vindo. As harmonias vocais de Tuyo sempre ancoram as suas faixas de sentimentalismo latente, que em Sem Mentir envolvem uma letra de significância especial pro momento.
Róisín está na vanguarda da experimentação do house-disco, se antecipando à reapropriação de alguns elementos do gênero pelo dance-pop mainstream, em faixas de fritação saturada. Something More é um single que desvia dos outros já lançados até aqui, guiado por um piano melancólico que muda o rumo de seu próximo disco. Ao sair da pista de dança, a faixa nos leva para um momento de reflexão na área de fumantes.
Mesmo que o B-side do single inclua um cover imperdível de Take Me Home, Country Roads em parceria com Waxahatchee, Hammond Song brilha por conta própria. Também um cover (de The Roches), o lirismo em tons de sépia da faixa cai bem ao modus operandi do grupo.
The Aphorist – Protomartyr
seven – Taylor Swift
Places/Plans – Skullcrusher
Onde Errada – Betina
Lick in Heaven – Jessy Lanza
Arcos – Wado com Felipe de Vas e Yo Soy Toño
Dreary Nonsense – Osees (Thee Oh Sees)
Dinner – Kacy Hill
OK Crazy – Tei Shi
my future – Billie Eilish
Magic Bullet – My Morning Jacket
Fricção – Pedro Pastoriz
Say Something – Kylie Minogue
Malícia – Rincon Sapiência
Absolutíssimo Lacrador – Negro Leo
Footnotes – Land of Talk
If I Told – Courtney Marie Andrews
White Tiger – Lightning Orchestra