Assim como o mundo insiste em acreditar que a pandemia está chegando ao fim, a maioria dos lançamentos de setembro escolhem o otimismo em face à apatia. Com excelentes discos de veteranos como Fleet Foxes e Róisín Murphy e novas faixas de estreantes brasileiros, os últimos 30 dias foram das guitarras ensolaradas ao house defumado.
De sinceridade que por pouco esbarra no melodrama (não seria um problema), o romantismo sem pudor de Better Distractions é antídoto sonoro contra o cinismo que pode estar consumindo as mentes.
Outra dose de otimismo deslocado no tempo. Destaque de um álbum mais complicado que o último dos Fleet Foxes (Crack Up, de 2017), Sunblind trata a longevidade da memória como virtude.
Desde seu último álbum, Luedji Luna se aproximou ainda mais da bossa. Mas, em movimento constante em sua música, a percussão permanece ancorada no ijexá baiano, especialmente nessa saudação ao mar e, talvez, Caymmi.
A estética punk adotada na identidade visual desse disco, que caminha entre vertentes do house, não é só ilustrativa. Kingdom of Ends é o exemplo mais efervescente do espírito pé-sujo que engloba o universo sonoro de Róisín Machine, até quando debaixo de um globo espelhado.
Até agora, Tim Heidecker só havia se permitido um traço de vulnerabilidade em The Comedy, filme de Rick Alverson. Contra a progressão de seu trabalho, do absurdo de Tim & Eric ao cinismo latente no restante da sua produção musical, ele surge em Fear of Death de cara limpa, aspecto que a produção de Natalie Mering (Weyes Blood) realça.
O Líder em Movimento constrói dos campos de conflitos do país (e do mundo), um desenho que funciona como cenário para uma busca individual. Expansividade temática e sonora presente nos versos de BK, mas também na produção de Lugar e outros destaques. Crônicas que almejam o épico.
Mais soturno que os discos recentes de Kurt Vile, o EP Speed, Sound, Lonely KV, é um corpo sonoro mais acústico e ainda mais próximo do country alternativo.
O shoegaze melódico de Consolação é o destaque do primeiro EP da banda, distribuída pela Tratore.
Pop que soa brasileiro, mas de ambiência que remete a Genesis e seus consortes.
FREAK – Shygirl
Todo Dia eu Torço Prum Final Feliz – Jonathan Tadeu
WTD? – Sad13
Danke – IDLES
Bom Dia São Paulo – Vitor Marx
Máquina Obsessivo-Compulsiva – Deafkids e Petbrick
7 Seconds – Porridge Radio
Quebra Alma – Catavento
Death Star – Sufjan Stevens
Switchblade – NIKI
I, Nietzsche – Fenne Lily
feel away – slowthai, James Blake e Mount Kimbie
Numb – Sylvan Esso
Nova Versão – Vetromn
Oxossi – Hot e Oreia com Rafael Fantini
Saturnine Night – Deradoorian
Gestalt – Futuro
Pompeji – Deftones
Privilégio – Mc Luan da BS
Worst Come to Worst – Marie Davidson
Cogulândia – Matuê
Aroeira – Mais Uma
Goodbye, Goodnight – Oceanator
Mula Sem Cabeça – Gabrre
Good Luck With Whatever – Dawes
GET UP – JIMMY EDGAR e Danny Brown